Talvez a humanidade seja muito recente para que a ciência da
psicologia tenha descoberto tudo que nos envolve. Acredito que ainda há muito a
descobrir sobre o intelecto humano e suas capacidades, até porque o mundo está
em constante evolução e o ser humano nela está envolvido.
Mas andei pensando sobre duas vertentes que se esbarram no
meio desse caminho que o homem trilha. Aqui nesta terra há duas coisas distintas
entre si e que geram um desagrado e, talvez, sejam elas as responsáveis pela
maior dificuldade do ser humano de se encontrar individualmente: as leias da
vida e as suas vontades.
A vida humana tem suas leis. Elas são compostas por coisas
que a gente não domina. A filosofia e psicologia tentam explicar, até com
relativo sucesso, como algumas delas ocorrem e qual a forma de conviver com
elas harmoniosamente. Aquilo que a gente não escolhe que aconteça – a morte é a
mais básica delas – e que temos de achar ferramentas para transpô-las. A
capacidade do ser humano de amar é uma delas. Amar, apaixonar-se não é uma
escolha. É uma lei da vida. É a consequência de múltiplos atos praticados pelo
indivíduo que, muitas vezes, ele nem percebe que os praticou. Em ocasiões ele
não quer e/ou a segunda pessoa envolvida não deseja e o cidadão maravilhado
pelo sentimento de borboletas no estômago tem de quebrar a barreira que ele não
pediu para que aparecesse.
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| Imagem retirada do site www.medium.com |
Do outro lado existe a vontade do ser humano. Essa, perante
a primeira observação feita acima, é a mais complicada. Tudo porque as vontades
do ser humano quase nunca sobrepõem as leis da vida. Nossas vontades são uma
marolinha perante aquilo que não dominamos e que nos acontece sem escolhas.
Talvez o querer seja a virtude menos interessante da vida humana e certamente é
a origem de todo o sofrimento. O ser humano nem sempre “tanto faz”. Ele quer.
Desejo é eros, dizia Platão. Eros é a vontade daquilo que lhe falta. E possivelmente
o que lhe falta continuará faltando em respeito às leis da vida.
O ser humano tem livre arbítrio até a página dois. Ele foi
abastecido por sentimentos incontroláveis que não é de sua escolha e elas não
farão frente a esses sentimentos. Agora, pare para pensar nisso que lhe contei
após uma breve reflexão. Não é o desejo a origem de todo o sofrimento? Por
outro lado, talvez você imagine que não, que a origem de todo sofrimento seja
as leis da vida. Mas nós nos adaptamos conforme as leis ou as leis que se
modificam pelas nossas vontades? O ser humano evolui. E muitas vezes mudou
geneticamente para se adequar às leis da vida e ultrapassar com tranquilidade
suas dificuldades. Será que ainda passaremos por uma metamorfose psicológica
para aguentar o tranco que a vida nos impõe?
Esse é apenas um pedaço dos meus devaneios para a reflexão
do leitor. Pensar as vezes faz bem, mesmo que pareça uma bobagem. Uma coisa eu
alerto, caso ainda não pratique: interprete bem as leis da vida para que suas
vontades e desejos não deem de cara com aquilo que não podem competir, porque a
dor da batida é latejante e covarde.

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