quarta-feira, 14 de março de 2018

As leis da vida e a vontade do homem


Talvez a humanidade seja muito recente para que a ciência da psicologia tenha descoberto tudo que nos envolve. Acredito que ainda há muito a descobrir sobre o intelecto humano e suas capacidades, até porque o mundo está em constante evolução e o ser humano nela está envolvido.
Mas andei pensando sobre duas vertentes que se esbarram no meio desse caminho que o homem trilha. Aqui nesta terra há duas coisas distintas entre si e que geram um desagrado e, talvez, sejam elas as responsáveis pela maior dificuldade do ser humano de se encontrar individualmente: as leias da vida e as suas vontades.

A vida humana tem suas leis. Elas são compostas por coisas que a gente não domina. A filosofia e psicologia tentam explicar, até com relativo sucesso, como algumas delas ocorrem e qual a forma de conviver com elas harmoniosamente. Aquilo que a gente não escolhe que aconteça – a morte é a mais básica delas – e que temos de achar ferramentas para transpô-las. A capacidade do ser humano de amar é uma delas. Amar, apaixonar-se não é uma escolha. É uma lei da vida. É a consequência de múltiplos atos praticados pelo indivíduo que, muitas vezes, ele nem percebe que os praticou. Em ocasiões ele não quer e/ou a segunda pessoa envolvida não deseja e o cidadão maravilhado pelo sentimento de borboletas no estômago tem de quebrar a barreira que ele não pediu para que aparecesse.

Imagem retirada do site www.medium.com

Do outro lado existe a vontade do ser humano. Essa, perante a primeira observação feita acima, é a mais complicada. Tudo porque as vontades do ser humano quase nunca sobrepõem as leis da vida. Nossas vontades são uma marolinha perante aquilo que não dominamos e que nos acontece sem escolhas. Talvez o querer seja a virtude menos interessante da vida humana e certamente é a origem de todo o sofrimento. O ser humano nem sempre “tanto faz”. Ele quer. Desejo é eros, dizia Platão. Eros é a vontade daquilo que lhe falta. E possivelmente o que lhe falta continuará faltando em respeito às leis da vida.

O ser humano tem livre arbítrio até a página dois. Ele foi abastecido por sentimentos incontroláveis que não é de sua escolha e elas não farão frente a esses sentimentos. Agora, pare para pensar nisso que lhe contei após uma breve reflexão. Não é o desejo a origem de todo o sofrimento? Por outro lado, talvez você imagine que não, que a origem de todo sofrimento seja as leis da vida. Mas nós nos adaptamos conforme as leis ou as leis que se modificam pelas nossas vontades? O ser humano evolui. E muitas vezes mudou geneticamente para se adequar às leis da vida e ultrapassar com tranquilidade suas dificuldades. Será que ainda passaremos por uma metamorfose psicológica para aguentar o tranco que a vida nos impõe?

Esse é apenas um pedaço dos meus devaneios para a reflexão do leitor. Pensar as vezes faz bem, mesmo que pareça uma bobagem. Uma coisa eu alerto, caso ainda não pratique: interprete bem as leis da vida para que suas vontades e desejos não deem de cara com aquilo que não podem competir, porque a dor da batida é latejante e covarde.

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