domingo, 20 de abril de 2014

Mais um mito...

Se eu pudesse bater um papo com Deus, face a face, começaria pedindo para que Ele não levasse mais os gênios. O mundo precisa deles.
Há uma semana, a dramaturgia perdeu José Wilker. Há três dias, a literatura perdeu Gabriel Garcia Márquez. E neste sábado, o jornalismo esportivo perde um dos maiores narradores da história. Foi-se Luciano do Valle. Contou-nos a trama de diversos títulos do Corinthians com a categoria de um craque. Com uma voz marcante e os bordões inconfundíveis, Luciano do Valle fez história dirigindo grandes equipes na Globo, na Record e na Band.
Foi Luciano quem lançou Maguila no boxe, exaltou o vôlei e o basquete, fazendo com que essas modalidades viessem à visão do brasileiro, com a importância que tinha o automobilismo, onde narrou muitas vitórias de Piquet. Na Indy, deu um passe para Teo José dominar as telas da Band nas pistas.
O gol de Tupãzinho na voz de Luciano nos faz lembrar com emoção o primeiro título brasileiro, que ele fez questão de exaltar, com o tamanho do Corinthians e maestria incalculável ao final da partida. Assim como fez em 2000, no nosso primeiro título mundial. Campeão do Mundo, por um campeão da locução esportiva.
Perdemos no rádio Osmar Santos (graças a Deus ainda vivo). Perdemos no mundo Fiori Gigliotti e agora não temos mais Luciano do Valle. Mas temos agora um mito que será eternamente lembrado pelos gratos narradores que hoje iniciam carreira e veem em ti, Luciano, um espelho.
Como você mesmo disse durante narração do primeiro gol de Ronaldo com o manto alvinegro, Deus existe. E você agora descansa ao lado dele, ídolo Luciano!

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