(baseada numa história real)
Há dois tipos de pessoas no mundo: as que vivem pelos
princípios criados por si, dentro daquilo que acham ético e saudável. E as que
vivem pela fé, que te inspira, te ensina e te mostra os caminhos a serem
seguidos segundo sua crença.
Em um pequeno pedaço da história, como num parágrafo pequeno
de uma bíblia de 950 páginas, existe a história de um mulher que por tantos
anos buscou a sua libertação. Uma batalha dura e triunfante em busca do caminho
que Jesus Cristo a mandou seguir.
Maria levantou-se, mais cedo do que gostaria naquela manhã.
Uma luz pairava na porta do quarto, vinda do cômodo ao lado. Algo que a
inquietou após uma noite conturbada de sono. O marido já havia saído para um longo
dia de trabalho. Levantou-se, caminhando lentamente até a sala, de onde vinha
uma luz branca forte e um cheiro inconfundível de mirra.
Ao chegar em frente à luz, a mulher entrou numa espécie de
transe, uma viagem no tempo, mergulhando fortemente no mundo das ideias e da
fé. Maria sempre foi religiosa. Católica, nunca deixou de ir à missa aos
domingos. Mas, naquela ocasião, se sentiu chamada a libertar-se. E dentro do
transe que a atingia naquele local, ela lembrou-se de todo o seu passado, que
carregava dor, tristeza e pecado.
Ela estava no seu segundo casamento. Mas a cabeça não a
enganava. O primeiro não aconteceu de forma espontânea e verdadeira. Aquilo a
afligia. Páginas e páginas de insucesso espiritual e físico. Ela atravessou
diversos episódios de sofrimento enquanto no primeiro matrimônio. Mas ele havia
acontecido ali, no altar, com a bênção do Padre. De forma que o casamento atual
não tinha passado pelo mesmo ritual por impedimento pelas normas da igreja. E,
naquele momento, com todas as suas memórias vivas e lancinantes, ela percebeu o
chamado de Deus. Mirra. Morte e ressurreição. Ali, a luz divina a convocava
para uma ressurreição e conciliação.
Desse dia em diante, Maria passou a se entregar cada vez
mais a Deus e à igreja. A fé fazia parte de cada passo de seu dia, de cada
pensamento e oração. Eram horas diárias dedicadas a servir aos ensinamentos do
criador. Enquanto isso, a busca incessante pelo perdão eterno para o começo de
uma nova história em Cristo.
Anatalino. Determinado, paciente e amoroso. Tem o nome que lhe
lembra todos os dias a honra da data de seu nascimento. E ao mesmo profeta se
curvou diante do chamado que Maria recebeu.
Maria. Se há milhares de anos uma delas recebeu Gabriel, o
anjo, para lhe comunicar do recebimento da maior benção para quem ela era
merecedora. Hoje, tanto tempo depois, uma Maria recebeu uma convocação para alcançar
a luz que tanto almejava.
E no dia final, lá estava ela, Maria, e ele, Anatalino. Numa
noite de céu aberto, para que o criador pudesse ser testemunha de uma glória
tão magnífica e potente. Ele era o convidado principal para o banquete de Jesus
servido à Maria. A igreja estava repleta de pessoas que, de perto, acompanharam
a saga da fé daquela mulher que por tanto tempo lutou, chorou e abdicou todas
as missas do momento mais sagrado. Pela sua conduta, mesmo que involuntária, e
pelo pecado que carregou por tantos anos.
À frente do Padre, num altar reluzente preparado por Deus,
ela chorou. As lágrimas da libertação. Para, de uma vez por todas, abandonar a
dor e a culpa. Uma energia poderosa e avassaladora entrou pela porta da casa de
Deus. Naquele momento, ela recebia mais uma vez a poderosa bênção do Espírito
Santo, que buscou por toda a sua vida incansavelmente. O corpo de Cristo.
