Eu gosto da intensidade. Seja lá o que eu faço, gosto de
fazer com fervor.
Eu gosto de me entregar. Para tudo. Mas sobretudo para as
pessoas. Eu posso listar pessoas para quem eu daria minha vida. E não me
arrependo por isso.
Eu fui casado, mas me separei. Vivi com a mesma pessoa por
sete anos. Fiz quase tudo que gostaria de fazer. O que tive tempo fiz...e fiz
com prazer. Eu não me arrependo de uma vírgula do que fiz na vida. Com tudo eu
aprendi. Com ela não foi diferente. Eu aprendi e ela também. Juntos passamos
dias maravilhosos, graças a Deus. Eu faria absolutamente tudo de novo. Porque
houve entrega. Se no meio do caminho teve uma rocha, paciência. Mas antes das
rochas nos livramos de pequenas pedras com facilidade e seguimos sorrindo.
Hoje, ela segue seu caminho e eu o meu. E a única coisa que consigo desejar a
ela é a maior felicidade que ela possa ter na vida. E que nunca lhe falta saúde
e amor, que é o combustível para uma vida boa.
Então, eu segui. Eu não vou desistir do amor. E mesmo que
tivesse refletido sobre isso, eu jamais imaginaria que as coisas na minha vida
a partir deste momento voariam tão mais rápido como havia sido antes. Tampouco
imaginei que meu coração tivesse tanto amor transbordando e que logo derramaria.
Sou da fé Cristã. E Deus é muito generoso comigo, ele cicatriza rápido minhas
feridas e costuma, vez ou outra, me premiar – embora em outras vezes me senti
prejudicado, mas eu o perdoo. E no meio
deste caminho eu encontrei alguém. No mais puro acaso, como no meio de um
cafezal em plena colheita, eu encontrei alguém em quem vi, posteriormente, mas
não tão longínquo, a alma que me completaria a lacuna que lá estava.
E apenas neste momento, com 28 anos recém completos, que eu
me descobri sentimentalmente. Eu descobri que o que eu mais tenho dentro de mim
é amor. Eu tenho uma tonelada de amor pra dar. E minha missão aqui é essa.
Despejar momentos felizes na vida de quem eu amo. Assim como fiz antes, resolvi
me entregar ao cupido mais uma vez e farei de novo. Se vai ser pra sempre? Não
sei. Espero que seja. Mas se não for terá de ser, como sempre fiz, intenso enquanto
acontecer. Se for pra amar, que seja intenso...até o último nível. Eu odeio
coisas mal feitas. Se for fazer, faça direito. Se for amar, ame muito. Nessa
empreitada eu tive a sorte (será que é sorte?) de ser amado também. Não de
forma igual, mostrando os mesmos atributos ou tomando as mesmas ações. Aprendi
– com ela, inclusive – que as pessoas são diferentes. Cada um ama da sua forma.
O mais importante é você sentir o amor que o outro lhe dá e, principalmente, SER FELIZ.
Fazer o que te faz feliz.
Agora, eu cheguei no ponto que gostaria de abordar, como
protagonista deste texto. Você faz o que te faz feliz ou você deixa de fazer
alguma coisa pensando no que o outro vai pensar? Depois de alguns dias eu tomei
uma decisão que tem gente que leva anos pra tomar. E tem gente que nunca tomou,
ou porque não achou que devia ou porque colocou à frente de suas vontades a
opinião popular. Eu não vou mais deixar de fazer o que eu quero porque o outro
acha que não devo ou que não é a hora ainda. Eu não vou mais fazer planos a
longo prazo. Eu decidi que da minha vida cuido eu. Se foi tarde demais não
importa. Eu resolvi viver o agora, porque se no agora eu for feliz, a
consequência disso não pode ser tristeza. É IMPOSSÍVEL ser triste como
consequência de bons momentos. Mesmo que haja feridas, elas aconteceram porque
você foi. E elas cicatrizam. Já cicatrizou quantas vezes?
Eu choro. Homem chora sim. Até Jesus chorou, né Brown? E o
choro, muitas vezes, é aliviador. Nossa, como chorar é bom. Parece um remédio.
Então, quando machuca, eu não seguro, eu choro. As vezes eu uso amigos e
desabafo. Mas, na maioria das vezes, eu apenas choro sozinho. Então, eu não tenho mais medo de cair e me
ralar. Se isso acontecer, eu choro e estou curado. A vida é uma passagem, nada
justifica o desespero. Já já nós não estaremos mais aqui. E aí a dor no coração
e a conta alta impagável não existirão mais. Por isso eu resolvi viver. Só
isso...viver e fazer o que me deixa feliz, o que me tira sorrisos e, não menos
importante, o que tira sorrisos de quem eu quero bem – e é muita gente. Eu
recomendo.
Nosso tempo é precioso, não dá para perder com coisas fúteis
e nem com opiniões que não vão te tirar do lugar. Cada segundo é importante.
Notou como o tempo passou rápido? Esses dias você brincava na rua, só se
preocupava com a escola. Agora, olha o teu tamanho. E o que você fez? Se você
morresse hoje, estaria satisfeito? Eu resolvi que sim, vou fazer para mim o que
me deixaria satisfeito se amanhã eu fizesse minha passagem. E pronto!
Depois de toda essa reflexão eu decidi. Compartilhei a minha
decisão com uma das pessoas que mais amo nessa vida, cuja opinião sobre isso
não poderia ser diferente da que ouvi. Eu compartilhei com ela porque ela ia
falar o que eu queria ouvir. “Ah, mas ouvir o que quer é fácil”. Sim, porque
ouvir SOBRE MIM o que eu não quero fazer não me interessa mais. Então, ela
disse “você é doido menino, mas se é isso que quer, se é o que te faz feliz,
faça. Se você está feliz, eu estou também”. Você poderia ouvir algo melhor que
isso??? É além do limite do “eu te amo”, meu amigo. Eu só queria ter certeza de
que eu ainda tenho quem me apoie. É claro que isso pode não ser bom para ela,
mas é para mim. Assim como o que ela faz da vida dela pode não ser bom para
mim, mas é para ela. E tá tudo certo. Cada um faz pra si o que lhe faz feliz.
Mas, voltando ao meu coração e ao companheirismo que decidi
ter a partir de agora até não sei quando. Sabe o que me faz feliz? A presença
dela. Sabe o que me faz feliz? O sorriso dela. O que me faz feliz de verdade é
a palavra dela, é o “te amo” dela, são os desejos dela, é o pulo dela nos meus
braços quando eu chego, é a lamentação quando eu vou embora. O que me faz feliz
é o bom dia dela que já está lá quando eu acordo. É a ligação dela quando
percebe que eu estou perdendo a hora. A minha felicidade é ter ela sentada do
meu lado. É o “sim” dela toda vez que proponho algo, independente do que for. É
o companheirismo, a amizade, a cumplicidade, o desejo e a vontade de tê-la
todos os dias em vez de só aos finais de semana. O que me faz feliz é ela ser.
Talvez o que te faça feliz é fazer o que quer, chegar em
casa a hora que quer, não ter louça pra lavar, roupa pra lavar e passar.
Talvez, para você, ser feliz é ir pra balada, ou simplesmente não ir se não
quiser. É sair hoje com uma pessoa e poder sair com outra na semana que vem. Tá
tudo certo, continue fazendo isso. Não existe receita de bolo para a felicidade.
Pode ser que pra você ser feliz é viajar toda semana ou ficar em casa no ócio
durante três dias de um feriado prolongado. Pra você, ser feliz pode ser correr
no parque, ouvir uma música, encostar numa árvore e ler um livro. Eu gosto de
várias coisas que exemplifiquei neste parágrafo. Mas, para mim, ser feliz de
modo completo, é ter quem eu amo do lado. E neste momento é ela quem vai
receber isso de mim. Para mim, agora, ser feliz é tê-la comigo. Não tê-la para
mim, como posse, mas tê-la comigo como companhia para ver um filme, dormir,
sair e chegar. Ser feliz, para mim, é ter louça de dois pra lavar, é ter roupa
de dois pra passar, é limpar a casa que dois sujaram. É chegar em casa e ver o
sorriso porque eu cheguei, é receber com sorriso a chegada dela. Ser feliz para
mim é saber que ela saiu de casa em cima da moto e, sob minhas orações, chegou
em segurança no trabalho. Ser feliz pra mim é mandar o áudio que ela pede
durante o dia pra anima-la, é receber a foto dela com as crianças da escola.
Ser feliz pra mim é saber que ela quer ter um dia livre pra fazer meu bolo fit
ou meu cookie de aveia e cacau zero açúcar. Ser feliz é saber que ela cuida de
mim como eu cuido dela.
Dito isto, sem mais delongas, eu decidi então chama-la para
jantar um dia após o do número que ela gosta, porque no dia do número eu fiquei
impossibilitado. E, sem pensar no que os outros vão dizer, eu pedi a mão dela.
Não porque quero fazer um festão. Mas porque quero viver com ela, em função
dela e ela em função de mim, a partir de breve. Uma semana antes eu encomendei
o anel...do jeito que ela queria, do tamanho do seu dedo anelar da mão canhota.
E abri a caixinha quando ficamos só nós dois, sem presença de garçom. Ela não
gosta de surpresa em público, já havia me dito que se eu fizesse em público ela
ficaria brava e sairia correndo. Mas quem disse que eu ligo para público? Agora
não sou mais eu e nem é mais ela. Somos nós. E dane-se o que pensam os outros. O
importante para mim é que as pessoas que eu amo vão me apoiar, disso eu não tenho
dúvidas. Porque a partir de então nós vamos brincar de vida e cuidaremos só da
nossa.