sexta-feira, 13 de agosto de 2010

As últimas da bola!

...E o Inter, quem diria hein?! Será campeão novamente. Com um time que, no começo do ano, foi hostilizado e tido como fraco, foi chegando como quem não quer nada, dispensou o sempre favorito São Paulo e já deu um passo e meio para o título; pra mim já é campeão. Mas o que mais me surpreendeu foi que o cabeçudo do Milton Neves acertou antes da Libertadores começar, como é que pode? Mas o título está ficando em boas mãos, a estrutura que o Inter oferece aos seus atletas justifica as vitórias. Agora quem não está nada feliz com esta situação é o torcedor do tricolor gaúcho, Grêmio. Até o ano de 2006 o Grêmio tinha um título da Libertadores contra nenhum do Inter. Agora assiste de camarote o inter (que tem menor torcida do que o Grêmio, segundo pesquisa do Lance!) o ultrapassar, conquistando dois títulos; chora tricolor, porque este já tem dono.
Em São Paulo as coisas estão mudando pro lado santista. Ontem tomou uma sapecada do Avaí no Pacaembu e ficou difícil reverter a vantagem na Ressacada. É santistas, vão se conformando aí porque André já deu adeus, Robinho não volta mais, Neymar e Paulo Henrique é só questão de tempo, de pouco tempo. São paulinos querem fugir da crise, vindo com esse negócio de Jason. Vai tirando o cavalinho da chuva porque aquela fase invencível do São Paulo já foi embora há algum tempo e prepare-se para a crise porque o dinheiro acabou; contente-se com uma vaga na Libertadores, caso conquistada. Os Palmeirenses estão soltando fogo pelas ventas. Além da provável desclassificação na sul-americana (perdeu o primeiro jogo em Salvador por 2 x 0 para o Vitoria), o Felipão falou “não me cobrem nada este ano, me cobrem no ano que vem”. Ahhh tá fácil, o time cai pra série B, sobe ano que vem e o Felipão vira o fodão, o máximo, olha que legal neh?! Ai o Valdívia chega e o começo de todas as respostas é “então, eu não vou resolver tudo sozinho neh?” ...ixiii! Precisa reforçar a zaga porque a cozinha tá bagunçada. No Corinthians estava aquela expectativa pra volta do Ronaldo. Ei que vem as imagens do tal, a torcida vira e grita “vamo Iarley, tu tá bem cara”. Não dá né Ronaldão? Não dá cara. Tu pegou a pança que o Faustão jogou fora brother? Não é possível que o cara treina todos os dias, corre, perde pesos e mais pesos (jogadores perdem muito peso só nos treinos) e aquela barriga super saliente não diminui; algum médico me explica, por gentileza? Sem condições nenhuma de voltar, ainda mais agora que o time briga com o Fluminense pela liderança. Melhor manter quem vem jogando e continuar no ritmo certo. Por falar em Fluminense, este é cavalo paraguaio; lembram do Atlético-MG ano passado? Então.
Mas eu acho que este Brasileirão não vai sair desta ‘mornice’ até o final. Todo mundo ‘preparando time pro ano que vem’, a conversa é sempre esta. O campeonato já começou faz tempo e tem gente dormindo aí hein, depois fica tarde pra recuperar, viu senhor Luxa?!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Smigols e múmias à parte, Brasil corre riscos



Confesso que, até então, não tinha conhecimento do debate dos candidatos a Presidente da República, na TV Bandeirantes. Mas quando cheguei à minha confortável toca, liguei o computador e pasmei. Em vez de comentários da semi-final da Libertadores (São Paulo x Internacional jogavam simultaneamente ao debate), haviam comentários sobre o debate e os TT’s do twitter eram completamente políticos. Orgulhei-me do Brasil...tah, mentira.
O jogo estava bom pakas, visto que não conseguia deixar a TV apenas no debate, troquei pra lá, troquei pra cá. Mas mesmo assim consegui fazer algumas constatações que descreverei agora. Nunca fui a favor deste ou daquele e não tenho ‘raiva’ nem de um e nem de outro candidato, tenho de todos...rs! Plínio usando o auto-preconceito para nos jogar contra os outros candidatos...Será que ele pensa que esses telespectadores são os mesmos de 1950? A Marina querendo recitar poesia me fez rir até me doer a barriga, ela é sim o Smigol, sem dúvida. A Dilma ‘dando uma de Lula’ foi deprimente companheiros. E o Serra com seu cinismo absoluto desde que o conheço por candidato, me faz olhar pra ele com nojo (e não adianta chorar no final falando de filhos, não. Porque a minha opinião de que você é um sacana, hipocondríaco [kkkk] não vai mudar). Reparem em uma coisa: Todos os candidatos ‘querem o bem’ para o Brasil, mas não concordam em nada, então para que debate se todos têm uma visão diferente perante as mesmas coisas? O poder de fugir do assunto também me surpreende em debates como estes.
Agora para você, que não gosta do Lula, me responda uma coisa: o debate há quatro anos teve um nível mais alto ou mais baixo (em termos de conhecimento e produtividade) que este? Porque este debate para mim foi uma piada, sério...foi de nos fazer rir, se eu estiver errado me corrija! Nenhum destes candidatos estão prontos para estar à frente do Brasil...A Dilma nem sabe o que estava fazendo ali e eu tenho medo do Serra privatizar o Brasil, como fez Fernando Henrique Cardoso.
Concluí que foram muito mais produtivos os lances do jogo, mesmo o frango do goleiro Renan, do Inter, do que este debate ridículo que os candidatos propuseram-se a fazer ontem. Parabéns aos dois times que tiveram a competência de chegar até ali, e ao Inter por ter a chance de disputar mais um mundial interclubes. Quanto aos candidatos do debate, só lamento. MEU VOTO É NULO!  

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Contos

A dor do erro e o efeito da saudade
Sevilha, Espanha. 27 de Julho de 2007. A cidade ainda acordava quando Margarita saía para trabalhar, de uma casa na qual tinha saudades, mas que não tinha intenção de voltar. Voltou. Sua condução era um ônibus e seu caminho não era longo. A chegada ao restaurante Ravier, onde agora trabalhava como garçonete, fez Margarita refletir sobre o que lhe havia acontecido há duas semanas.

Huelva, Espanha. 15 de Junho de 2007. Pablo era consultor de vendas e trabalhava em uma concessionária de carros no centro da cidade. Enquanto isso, Margarita se atarefava em fazer o café e a janta em um restaurante francês na zona sul de Cádiz; trabalhava no período da tarde/noite. No dia anterior àquele, a jovem de cabelos negros e longos em um corpo muito admirado pelos rapazes da região, notou apreensão em seu noivo. Pablo acordou agitado e com o rosto fechado, Margarita não o via assim desde a época de finais do campeonato de rugby, na qual Pablo participava antes do noivado.

Pablo fez questão de atender àquela cliente, conversaram durante um tempo e saíram no carro dele. Era estranho ver o carro de Pablo parado em frente a sua casa naquela hora do dia, mas lá ele estava. Sem que ninguém percebesse adentrou sua casa junto a uma mulher de vestido preto e cabelo encaracolado. A casa tinha o perfume de Margarita, mas naquele momento Pablo não tinha olfato.

- Esta será a ultima vez, Pablo.
Pablo sempre confiou em Carlota desde que começaram a sair; mas ela o traiu. No final de tudo, Carlota, propositalmente, deixou cair no banheiro um de seus vestimentos, o mais baixo. E saíram.
Margarita sempre chegava mais cedo. Mas naquele dia, Pablo notou o silêncio em sua chegada; a ausência das roupas de Margarita no guarda-roupa o fez decifrar o que estava acontecendo ali. Neste momento, passaram pela cabeça de Pablo todas as aventuras passadas ao lado dela; viagem à Alemanha, piquenique no parque de Córdoba, o passeio na praia, os jogos de rugby. E ele pôde sentir o gosto do arrependimento e aquela sensação de dor no peito.
Àquela altura, Margarita já estaria de volta à casa de seus pais, em Sevilha, pensando no por que estaria acontecendo algo tão inimaginável, até então. Ele se deitou, sem ao menos tentar explicar-se; já sabia o culpado. Apenas tentou dormir, em vão. Ao nascer do sol, Pablo levantou-se e, sem rumo, caminhou pela cidade vazia. Chegando à praia, ele pôde reparar nos passos na areia molhada, e isso lhe fez sentir o que jamais havia sentido por Margarita. A saudade.
Sevilha, Espanha. Abril de 2009. Margarita casa-se com Esteban e já espera aquele que será seu primeiro niño, o sonho de sua vida. Estuda direito e pretende ser delegada; Esteban é dono de uma construtora civil.
Huelva, Espanha. Maio de 2010. Pablo Pedrosa Martins se suicida na ponte de pesca do Mar Mediterrâneo, depois de escrever, com pegadas na areia, um nome feminino, que a polícia busca significado.